quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sonhar de novo


Olhou para as mãos. Por fora limpas, por dentro manchadas de sangue. Alegria em seu rosto sumiu, desmanchada pelas grossas lágrimas que desciam pelas maçãs do rosto. Fechou os olhos, lamentou profundamente ter dilacerado seus sonhos e se jogou.

Permitiu a si mesmo sentir o vento batendo em seu rosto e bagunçando seu cabelo. Gritou em desespero. A velocidade açoitando seu rosto e membros. Não tinha certeza, mas não imaginou que o fim seria assim.

Dicionário


Procurando por palavras no pequeno livro em cima de sua estante, cruza mundos e trava batalhas para formar um pensamento distante.

As palavras são engraçadas, pensa ao folhear o livro sem imagens, grosso em página e abundante em saber. Ri sozinhas das possibilidades mórbidas e mesmo belas de rimar frases sem texto ou contexto, apenas para brincar com as palhaças que dizem uma coisa, mas significam outra.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Boca fechada não entra mosca


É muito comum ao ser humano ver outro sofrendo e querer ajudar. Mas na ânsia de se tornar útil, acaba ferindo ainda mais aquele que já chorava. Mesmo com toda boa vontade do mundo, nem sempre vamos conseguir ajudar os que precisam.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Crônica - Sem noção


É enquanto conversamos com os amigos que se percebe as coisas sem noção que se faz na adolescência. Foi o que aconteceu quarta passada. Ao reunir um grupo de amigos para jogar boliche, Mayara relembrou alguns fatos do passado. E riu muito.

Quando adolescente, Mayara não pensava nas consequências. Um dia, conversando com aquela que viria a se tornar sua grande amiga ao longos dos anos, achou um brinco perdido, sem par, no corredor da escola pública onde estudava. Sem pensar, olhou para a miga e disse: fura minha orelha? Sorrindo, a menina disse: Furo sim, mas precisamos esterilizar esse brinco!

Um Pequeno conto (Parte XXI)

Suas mãos, braços e pernas formigam devido à má circulação do sangue. Quem quer que seja que a tenha amarrado se certificou de que as cordas estivessem bem apertadas para que o sangue mal circulasse pelos seus braços. A cabeça dói com um incessante latejar de suas têmporas, os pés estão descalços e gelados. Talvez seja noite, pelo frio que está fazendo, ou o fundo da caverna onde lhe colocaram seja fria, não importa onde nem como, porque a única coisa que a incomoda muito mais que o frio é a escuridão. Você não consegue ver nada, nem sequer sabe se está com os olhos abertos e essa escuridão faz descer sobre seu corpo um sono tão forte que mal consegue se manter acordada.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mundos que pensei


Comecei a escrever, porque percebi que havia muitos mundos dentro de um só. Alguns já foram infinitamente explorados, sendo praticamente impossível garimpar algo novo. Outros estão a espera de exploradores, tal qual a América a espera de Colombo.

Não são paginas em branco. Suas linhas já foram escritas, seus personagens, delineados, mas você escolhe o rumo da história. Colombo escolheu explorar até o limite. Você pode colher pequenas rosas ou tropeçar em pedras, fica a seu critério.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Inspiração, sorriu e foi embora

Procurando a inspiração! Alguém viu ela por aí? Caramba! Ela passou por aqui tão rápido que nem tive tempo de falar com ela.

Acenou rapidinho, deu uma piscadela rápida com aqueles olhos travessos e foi embora. Correndo como o vento. Tive tempo, apenas, de ver seus sorriso sapeca e ouvir sua gargalhada contagiosa. Sorri.

Um Pequeno Conto (Parte XX)

“ – Por Nárnia e Por Aslan!”

Assim como a floresta, os narnianos também responderam ao grito de guerra. Até os animais pequenos, cansados das primeiras batalhas daquele dia, se lançaram contra os calormanos como se tivessem passado todo aquele tempo apenas descansando. A verdade é que, ao som do nome do Grande Leão, todos recobraram a força e a coragem, incluindo você.

O que aconteceu em seguida é difícil de descrever. Espadas se chocando. Animais atacando. O sangue manchava o solo da floresta e as arvores pareciam lutar também. Minotauros jogando calormanos a metros de distancia apenas com a força bruta de seus braços. Os centauros e faunos avançavam entre os soldados. Galhos de arvore envolvendo o tronco de calormanos apavorados e os lançando a quilômetros de distância. Os homens lançados jamais retornariam.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Voando no asfalto


As faixas brancas do asfalto passam em alta velocidade. O cabelo fustigando o jovem rosto refletido no espelho retrovisor. Atrás apenas o deserto cortado por uma rodovia vazia. Apenas eu e a velocidade. Alguns quilômetros me separavam da liberdade.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Amigas

Amizades são como plantas raras, que nascem de pequenos gestos e sobrevivem através das gotas de amor e carinho que se derramam sobre elas. Algumas amizades surgem do improvável. Surgem entre pessoas tão diferentes e fortes.

Um pequeno conto! (Parte XIX)

A cavalgada é longa e extenuante. Os cavalos espumam de cansaço e sede e no fundo você se sente mal por forçá-los tanto, mas é uma questão de vida ou morte. Daqui a alguns minutos atingirão a clareira e se encontrarão com os animaizinhos e a vida de todos estará no seu senso de direção, que, eu tenho que admitir, é péssimo.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Brincando com ilusões


Cá estou, sonhando com o impossível...vivenciando sonhos reais nos quais não deveria me perder. Brincando com ilusões.

Sonhando com um sorriso, com um beijo que não vão ser meus. Vivenciando algo que talvez não aconteça.

E alguma vez aconteceu? Acho que não. Tudo não passou de um borrão de esperança, jogado na tela e deixado para secar por algumas horas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Como Borboleta


Queria ser delicada como uma flor, obstinado como um espinho que impede a rosa de se machucar. Queria forte como um tigre para fazer correr meus inimigos. Mas no final das contas me sinto como um inseto, mas se pudesse escolher, seria uma borboleta.

São nada mais do que larvas que viram lagartas e se alimentam de folhas e seiva. Bichinhos nojentos que se arrastam sobre o próprio ventre, com perninhas minúsculas, em um esforço imenso de chegar ao seu lugar. Em seu caminho provocam destruição e mantém o equilíbrio da natureza. Até que chegam lá. Acham o galho perfeito e firmam o lar.

Um Homem de Sorte

Bom, como prometido, estou reativando a sessão Estante com a resenha de Um Homem de Sorte, de Nicholas Sparks, espero que vocês gostem porque eu amo escrever resenhas. Mas primeiro tenho que explicar: antes de postar aqui, eu envio a resenha para o Blog Livros e Fuxicos, de quem sou parceira e resenhista. Então, só depois de publicado lá, é que vou publicar no Pingentes.