sábado, 30 de junho de 2012

Pelo menos a poesia ainda está aqui


Quero escrever, mas não quero lançar no “papel” as tristezas e decepções que tem rondado minha alma. Hoje, pela primeira vez em dois ou três meses, eu acho, queria escrever sobre coisas belas. Uma história suave, elegante e bela. Sem dor, sem choro. Algo que fluísse calmo e plácido como as águas de um rio, em um dia morno de verão.

Mas sei lá, não sei e sei lá se sei. Mas há uma tristeza, antes suave, hoje densa, que ronda a superficie do meu ser. Não quero transbordá-la e tão pouco sentí-la. Imaginar a tristeza produz coisas densas e belas, mas sentí-la nunca me vez criar algo belo, não que me lembre.

Queria escrever algo poético e doce como pudim. Que fizesse sorrir e ter vontade de sair cantando e poetizando por aí, mas não é isso que acontece quando sento e me preparo. A coisa nasce bela e vai ganhando um tom sombrio, como se minha vida fosse feita do amargo e cortante sabor do fel.

Existem muitas coisas para lamentar, mas não quero viver de lamentação e ir me tornando algo mórbido a se arrastar pelo chão. Quero fazer nascer flores na imaginação. Ver o Sol brilhar em um dia de verão sem o calor sufocante que nos tira o ar do pulmão.

Bom...pelo menos a poesia ainda está aqui, não me abandonou e, enquanto for assim, continuarei por aqui,  por aí, por ali, juntando meus cacos do chão. Falando de coração, mas tentando guardar um pouco da emoção!


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Kamila Mendes

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