segunda-feira, 28 de maio de 2012

Diversas razões


Começo a pensar que escrever as vezes possa ser loucura. De fato, sempre me pergunto porque escrevo. Nunca achei uma explicação lógica ou mesmo que me convencesse, mas é como se minha mente tivesse a necessidade de explodir em milhões de pedaços sobre uma página de caderno ou uma folha de word.

Os sentimentos parecem não achar que o coração e a confusão da mente são suficientes para habitarem e resolvem se esvair pelos dedos verborrágicos que digitam desesperadamente em busca de não perder uma palavra nova, uma ideia se quer.

Sobrecarga: Epílogo

Não é a primeira vez que acordo antes do relógio desperta e encaro o teto por um momento que parece infinito. também não é a primeira vez que me pego pensando se fiz a escolha certa. Se o melhor não seria simplesmente desistir. Parar de lutar contra a dor e simplesmente abraçá-la, tal qual uma mãe faz com seu pequeno. Seria mais fácil com certeza, mas ainda luto para me manter de pé. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sobrecarga: Recomeço


Para sua surpresa, Miguel a levara para um local escuro e escondido atrás do estádio da cidade. Ele foi adentrando cada vez mais a escuridão e quando viu que Melissa estava parando desconfiada, a puxou pelo braço e imprensou na parede. Pôs seu rosto bem perto do dela e sorriu. “Não precisa ter medo. Não vou te machucar”. Então fez algo pelo qual ela não esperava, não conscientemente. Deu um beijo, nada de muito intenso, apenas um selinho. Miguel sorriu e beijou a ponta de seu nariz e continuou a puxar uma Melissa pasma e com um sorriso bobo no rosto.

domingo, 20 de maio de 2012

Sobrecarga: Equilíbrio

Tudo ia bem na vida de Miguel até que vieram os dias maus. O desemprego do pai, a doença da mãe e sua consequente morte. As dividas, as brigas, o choro do irmão com fome. O conselho tutelar intervindo e dando sua guarda e de seu irmão para uma tia distante. Uma mulher amarga como vinagre que pensava que cuidar de criança era somente ter um teto, comida na mesa e cama para dormir. Miguel se tornou pai e mãe de Vitor, irmão menor, de apenas oito anos. Ansiava que o menino não precisasse ir a um tribunal afirmar, diante de um juiz, a incapacidade do pai de criá-los, como ele mesmo tivera que fazer.

Pequeno Conto (Parte VI)


Um suspiro longo tira a disposição do seu rei e o olhar dele se perde em meio a multidão de dançarinos e quando ele começa a falar sua voz é uma mistura de dor, dúvida e hesitação.

“– Não quero que você pense que fui responsável por isso! Eu não pedi, nem procurei. Tão pouco tenho motivos para ter de me explicar. Mas, de alguma forma,  os antigos reis souberam e dizem as más línguas que eles virão ao baile. Mas até agora não há razão para acreditar que eles tenham voltado a Nárnia. Talvez seja só um blefe daqueles que não aprovam meu casamento com uma mulher que não seja narniana!”

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pequeno Conto (Parte V)


Você está andando ansiosa pelo quarto enquanto os ajudantes do alfaiate pessoal do rei depositam suas roupas do baile em sua cama. Sua missão desse início de noite é experimentar a roupa do baile sem reclamar! Missão impossível para você com todos aqueles alfinetes e agulhas te espetando, como aconteceu da última vez.

Mas, na realidade, não é bem a prova de roupa que te preocupa, mas o fato de que Caspian agora sabe como convencer você a mudar de assunto. Apesar do beijo ter sido muito mais do que você sonhou, as dúvidas permaneceram. Você ainda luta com seu travesseiro a noite por não saber ao certo o que Caspian quis dizer com “- as diferenças entre vocês são tão profundas...” e chega! Você não gosta nem de lembrar da conversa antes do primeiro beijo. 

Não serei você



Me sinto perdida, quebrada em milhares de pedaços por não pensar como os outros, por não ver como os outros vêem. Forçada pelas ondas a engolir sentenças que matam quem sou de verdade!

Querendo me desconstruir, querendo me erguer, me fazer de novo, de uma forma que não sou, em uma forma para qual não fui moldada. Já tentei ser assim. Ignorar aquela que sou eu para o bem dos outros! Tentei lutar contra meus sonhos e aquilo que os impulsiona!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobrecarga: Conflito


Levaram Melissa ao psiquiatra quando a menina jogou tinta preta em todo o quarto, apenas para cobrir o rosa pálido e infantil das paredes. Os ursos de pelúcia e bonecas ganharam lugar garantido nos brechós da cidade e o dinheiro de suas vendas alimentou a compra de pínceis e quadros. Livros e CD’s antigos. Melissa cresceu, antes mesmo de poder realmente crescer.

Por isso os olhares de Renato incomodavam. Não sentia atração pelo menino, apesar de saber que era o rapaz mais bonito da cidade. Mas aquele sorriso suave. Os olhos brilhantes, a gargalhada fácil...tudo isso era soava tão Paulo, que doía ficar mais de dez minutos com ele em qualquer lugar.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Jogos Vorazes - Suzanne Collins

Passei esse final de semana lendo Jogos Vorazes, de Suzanne Collins. Tenho de admitir: sou o tipo de leitora que só se empolga com um “arrasa quarteirão” depois de receber muitos spoillers e, no caso de livros que viram filmes, depois de assistir o filme. Então, confesso que, enquantos muitos enlouqueciam com posts variados no tumblr, facebook e twitter, eu me continha a espera de minha própria avaliação. Claro que, quando houve a estréia no cinema, o bichinho da ansiedade finalmente me mordeu.

Então, como não queria cometer o erro que cometi algumas vezes, comprando coelho por lebre, entenda-se comprando livro pelo respectivofilme, decidi pedir emprestado. Comecei a lê-lo na segunda-feira passada e chorei de quebra ao longo dos cinco primeiros capítulos. Tudo bem, eu admito, sou muito emotiva também, me vi na pele de Katniss por diversas vezes e resolvi parar.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sobrecarga: Solidão

Seus braços não alcançavam atrás de banco, de onde vinha o suave toque do celular de Paulo. A bolsa protegera o aparelho da água. Melissa puxou um pedaço de vidro ainda preso no parabrisa e cortou o cinto no momento em que o celular parou de tocar. Com um baque surdo, ela caiu e bateu a cabeça. Ainda desorientada, conseguiu ficar de joelhos e passar para a parte de trás do veículo. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um Pequeno Conto (parte IV)

A festa é hoje e você está se arrumando! Cada gesto que faz parece demorar um século e nada parece estar no lugar, incluindo você! O dia foi cheio de preparativos e a semana foi um tanto cansativa. Todos os exercícios e as lições abordavam o bom comportamento na corte e para você isso queria dizer que era um esforço desesperado de seus tutores lhe deixarem apresentável para esse dia e você prometeu a si mesma que, acontecesse o que fosse não iria decepcionar Caspian. Acontece que a cada passo que dá você se sente observada e a cada dia você pensa que pode estar à beira de uma esquizofrenia!

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Pirâmide Vermelha (As Crônicas dos Kane) – Rick Riordan


“O documento a seguir é uma transcrição de uma gravação. Em algumas partes, a qualidade do áudio estava ruim, então algumas palavras e frases representam o melhor palpite do autor. Onde foi possível, ilustrações de importantes símbolos mencionados na gravação foram acrescentadas. Barulhos de fundo como arrastar de pés, tapas e xingamentos ditos pelos dois narradores não foram transcritos. O autor não garante a autenticidade da gravação. Parece impossível que os dois jovens narradores estejam dizendo a verdade, mas você, o leitor, deve decidir isso sozinho.”

Com esse alerta Rick Riordan nos convida para conhecer os mistérios do Egito Antigo ao lado dos irmãos Sadie e Carter Kane. Os irmãos se encontram apenas duas vezes por ano, no verão e no inverno, medida exigida pelos seus avós quando ganharam a guarda da menina na justiça. Enquanto Sadie Kane levava uma vida comum em Londres, Carter, seu irmão maisvelho, rodava o mundo atrás de escavações arqueológicas e artefatos egípcios com seu pai, Dr. Julius Kane. Naquela noite, Dr. Kane decidiu levar as crianças para uma visita ao British Museum.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sobrecarga: Durante a Chuva


Paulo, o carinha mais maneiro da escola. O mais cobiçado e também o mais difícil, havia se encantado pela beleza e suavidade da menina. Logo ficaram amigos e não demorou que a paixão surgisse, trazendo com ela longos meses de namoro.

O casal havia saído de uma festa naquela sexta-feira chuvosa. Paulo não era chegado a bebida, mas naquele dia bebera além da conta. Melissa se assustou e puxou o rapaz bêbado para um canto vazio da casa de Angela, amiga de Melissa e ex-namorada de Paulo. Durante a conversa que terminou com palavras duras e frias, a menina arrancou do namorado a verdade: na noite anterior, Gustavo, pai de Paulo, chegou em casa bêbado e bateu em Paulo. Bateu até que perdeu a consciência. Paulo tentou fugir, mas a mãe não deixou. Chantegeou o filho, dizendo que não poderia viver sem ele.

Um Pequeno Conto (parte III)


"- Dizem que o medo da coisa aumenta a influência dela sobre nós. Talvez seja isso que aconteça comigo toda vez que me olho no espelho e lembro-me dos sussurros nos corredores do castelo. Sinto medo e um frio na barriga, começo a tremer. Talvez seja ciúme, mas o medo de sua presença constante nas lembranças do povo me assusta!”. Esse é o pensamento que atravessa sua mente enquanto você segue em direção ao seu primeiro baile real. Caspian teve a idéia de apresentá-la aos seus servos mais importantes e aos senhores das terras que constituem seu reino e para isso, segundo ele, nada melhor que um baile.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sobrecarga


Estava cansada, com profundas olheiras. Seu cabelo encaracolado e vermelho estava murcho e sem vida, refletindo o real estado de sua alma. Muita gente não acredita, mas um cabelo reflete a maneira como a pessoa se sente por dentro. E o cabelo de Melissa dizia isso: estou um lixo.

Mas não podia ficar na cama o dia todo, como era o que desejava. Levantou, prendeu o melhor que pode o cabelo. Lápiz negro nos olhos e um blush rosado devolveram um pouco de vida ao seu rosto. Batom vermelho, só porque era sua marca registrada.

Se vestiu foi ao colégio. Milhões de pensamentos, perguntas e dores rondavam sua mente. Todas elas refletidas nas finas linhas brancas de seu pulso. Marcas de desabafos silenciosos e dolorosos. Prova de que não estava morta por dentro. Prova do que precisava fazer pra se sentir viva. Percebeu que tocava as finas cicatrizes quando o novato perguntou o que teria causado a ela tanta dor. Com olhos arregalados, escondeu os pulsos em suas munhequeiras e voltou sua atenção a aula. Ao menos tentou.